LIVRE ARBÍTRIO
Quanto mais evoluído o ser, mais amplo o seu livre arbítrio, maior o seu direito de fazer certas escolhas, no campo da vida, assumindo assim, apouco e pouco, o comando definitivo de sua ascensão .
O homem de evolução primária tem o livre arbítrio limitado, restrito .
Equivale ao sentenciado que a lei pune, sem transigências, submetendo-o à reclusão onde melhor convenha aos interesses da lei e da sociedade.
O homem de evolução mediana tem sua esfera deliberativa menos restrita.
Corresponde ao recluso que, submetido à disciplina dos códigos, recebe dos códigos certas concessões, geralmente atribuídas aos que, no cumprimento de suas penas, demonstram boa vontade e obediência, respeito e compreensão.
Provas e expiações, disciplinações e corretivos foram-lhe o caminho para a libertação definitiva.
Nada mais deve à lei e colabora, na sociedade, para que se restaurem a justiça e a fraternidade, a harmonia e o progresso.
E’ livre para agir, porque discerne o bem do mal, a verdade da mentira, a luz da sombra.
Conhecendo a Verdade, a Verdade o fêz livre.
Um dia, no curso dos milênios, o nosso livre arbítrio se harmonizará plenamente com a Verdade Total, com as deliberações superiores .
Nesse dia saberemos executar, com fidelidade, o pensamento do Cristo, Mestre e Senhor Nosso.
Nesse dia, do qual ainda distamos muito, diremos com o apóstolo da gentilidade: “Não sou eu quem vive, mas o Cristo que vive em mim.”
Tal se dará quando tivermos superado as imperfeições.
Sem aquisições elevadas, com base nos ensinos do Celeste Enviado, a liberdade nos leva a quedas e fracassos, que redundam, geralmente, em clamorosos débitos e amargas expiações.
Abusando da força – esmagamos os fracos .
Utilizando mal a inteligência – confundimos os menos esclarecidos.
Se o livre arbítrio é faculdade que se origina, em princípio, de aquisições intelectivas, o coração bem formado contribuirá, sem dúvida, para que seja ele exercido segundo os padrões da moral e da fraternidade, garantindo, no Grande Porvir, o triunfo do Espírito Imortal.
O livre arbítrio do homem não evoluído é como um espelho que o lodo das imperfeições desnatura, por algum tempo.
O livre arbítrio do homem de evolução mediana é como uma madrugada que espera o beijo do Sol.
O livre arbítrio do homem evolvido – do que se libertou da ignorância – é como a face tranquila de um lago, onde se refletem, no esplendor de sua radiosidade, os luminosos raios do astro-rei.
Extraído do livro Estudando o Evangelho – À Luz do Espiritismo – 2º ed. FEB
Publicado em 10/04/2011, em Espiritualidade, Teosofia e marcado como Livre Arbítrio. Adicione o link aos favoritos. Deixe um comentário.
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